É. Risquei as pedras da passagem e não arrisco voltar os
olhos nem revirar marés. As coisas todas ficaram esquecidas por sobre a mesa. Corcunda,
me deparo com o silencio da chuva: até quando? Queria pular pontes invisíveis e
fazer rodas. (como quem dança) queria ponteiros cheios de horas –atrasadas- pra
me fazer verter palavras sobre a lua espessa. O vento fere como punhal, mas
caminho e sigo sem vergonha. Era mais um dos apontamentos: o pensamento carrega
naufrágios que nem o tempo explica. ((ainda mais em dias de chuva)) mas –torpe e
sem medo- guardo dentro do livro algumas rosas mofadas – e preferia que fossem
girassóis – e compro caderno novo tentando chegar em um espaço todo branco. Ainda
aguardas a partida? Porque quem já foi ainda nem chegou, e dita coreografias
desvairadas que cortam o ar. Não seria de meu agrado que virasses lembrete, mas
somos todos feitos de analogias estúpidas... perdi minhas canetas e começo a
escrever com a própria matéria do corpo. Mas é inerte, e nunca volta... queria
cabelos ao vento e comida quentinha: mas o frio já se anuncia todo, requebrando
alguns espaços mortos. E não tarda a doer...
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