Preso em um estado de disciplina-tória, retórica infalível
que não vale nem o esforço. Vida de migalhas, cercando os frutos, colhendo
ventos que nao se existem nem dentro da cabeça. É preciso que se faça sujo e
sórdido e sem nenhum tipo de desvio, pq para se morrer é preciso que se deixe
morrer. Avalanche: a mente fervilha e as palavras nunca bastam. Quero comer os
frutos todos de todos os pomares e nunca deixar. Todas as palavras serão sempre
preces inúteis: de que vale a consciência quando nao se tem consciência de si? Ser
pedra a deslizar evaporar nao queixar-se nunca: para que se morra é preciso que
se viva, mas quem é que vive agora? O presente nunca foi presente, nem nunca
será. Meu presente agora já é passado ou conturbasse no espaço futuro. Tardar para
que se consiga recomeçar. A vida nao é nada mais que um punhado de
descerebraçoes inconstantes. Nao se vive, a consciência de si escapa mundo a
fora: quem é aquele que tem ciência de seus territórios? Ninguém se conhece,
conhece apenas suas próprias sensações de si... e é tudo mentira. Mentira grotesca
que se esvai garganta a dentro. Queria asas de feltro para voar edifício a
fora, abaixo, amiúde. Mas quem é que se escreve? Somos todos tortos, disfunção esquálida.
Quero um punhado de cacos: arrebentar as veias para que se sobreviva. Sobressalto
volátil. Ser é só pra quem não é.
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