sábado, 20 de setembro de 2014

a culpa de toda esta mobilidade sem pé é do meu siso que insiste em nascer antes da hora: vide borrões e caçadores de ratos para qualquer melhor entendimento. a raiz despontou das cédulas ingênuas como quem - quase - quisesse sorrir. e deixou alguns vestígios de purpurina espalhados pelo ar. talvez fosse obra divina o que me acometeu terça-feira passada: um atordoar de gemidos ecoava pela cabeça enquanto os pés só queriam dançar (fosse dentro do ritmo, ou não) alguma coisa aconteceu naquele esbarrão, e não se passa um dia sequer sem que os olhos gargalhem. flores colorindo os retratos de maneira boboca e ingênua: o cafona sempre salta aos pescoços mais desavisados. queria destrinchar aquelas covinhas como quem pede perdão: falo demais de altares que não me tocam. era preciso deixar as coisas flutuarem como quem tem f e l i c i d a d e nos passos e não marmita na mochila. divago procurando gestos inoportunos que virarão - se os dedos quiserem - algumas frases tolas escondidas em caderno. é gostoso brincar com as possibilidades mais vãs e histéricas. quero um quarto todo recheado de plumas pra então deixar soltar. e ver nos olhos algumas piscinas cheias de saudade. volto rebuscante pelos ínfimos detalhes: é nos fios que saltam do teu cabelo todo arrumado que encontro paz. e é uma paz sem consolo nem fé. e se espalha por todos os rejuntes do assoalho… toca trinta e cinco maçanetas: a penúltima, certamente, lhe trará vestígios daquele dia que durou três anos. e afaga teu nariz no travesseiro disperso: quem consente jamais encontrará milésimos de segundos.

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