Demoraria séculos até perder-se em si desejos incomensuráveis
de satisfazer coisa qualquer sem nome sem cara sem nada dentro do peito
esparso. Viraria três luas ao contrário e rezaria superfícies cravadas de gelo:
era, sem hesitar, palavra que jorrava lancinantes unhas quebradas e dedos
esfolados de asfalto. Colocava a cabeça para fora de todas as janelas, e os
ventos todos cortavam-lhe os olhos: era paisagem turva na beira de abismo incolor,
e desejaria três, quatro, cinco vezes o transbordar atordoante que não viria. E
esperava, porque esperar sempre lhe trouxe mistérios e planetas -mesmo que
ilhas desertas.
Suas palavras são incríveis.
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