Vejo
algumas joaninhas por ano e penso ser suficiente pra dar sorte: arrastei as
tais vísceras cansadas pelo asfalto até cançar desse terremoto sem tormento
aparente. vocifera algumas palavras como quem desespera: é no íntimo que lateja
onde eu te encontro. Mas parou de pulsar: troquei os sangues, fiz compressa,
liquidifiquei as memórias. Cortei teus pulsos como animal cinzento pra parar de
doer. fita esse vazio todo no meio da testa – resolvi partir, mas ainda
permaneço. Estremece meus paladares todos: encolho os ombros numa vontade de
chegar ao umbigo – chega – e não mais perto. O relógio quebrou faltando quinze
minutos. Meu estômago palpitou e alguém desligou o rádio que tocava baladinhas
românticas.
(era
vontade, mas deslizou pro mar)
- desisto desses impropérios todos. Meu
pensar pesa por sob a tábua de frios: encardidos desvencilhamentos do destino.
Perdi tanto o ritmo que descompassei os dedos.
Envergadura irreconhecível: te abrigo
como quem abate um boi no matadouro.
(((as
gotas todas pendem no fundo das unhas)))
- Fundo
rouco dessas emoções baratas: o sentido perece enquanto a voz se ausenta. Perdi
a capacidade de dizer:
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