Desnuda: quebro o vazio que irrompe dos olhos: amasso,
encharco, chafurdo. Vou fundindo minhas arestas: nossas arestas cheias de
tantas banalidades miseráveis. Todos nus: nus como minhocas. Vou fazendo-me
escada: edifício galopante: vertigem sem nem os olhos piscar. Eclode como
música: somos todos espelhos: dispersos: disfunção. Remodelo a linha, recrio o
triângulo, refaço meus olhos cansados de ver. E tudo, tudo. Claridade doentia:
o inferno são os outros: o inferno somos nós: eu sou meu inferno.
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